Foi apresentada no dia 31 de agosto de 2024, na IV Feira do Livro Luso-Galaico da Ribeira Minho, realizada em Caminha, a sétima edição do GEPPAV, "O Barco de Vilar de Mouros e outras embarcações do Rio Coura", da autoria de Paulo Torres Bento, Joaquim Aldeia Gonçalves, Basílio Barrocas e Plácido Ranha Silva Souto.
Como tem sido norma desde a primeira edição — Ferreiros e Serralheiros de Vilar de Mouros (2008) — o design gráfico é da responsabilidade de Carlos da Torre, o que muito tem valorizado as publicações do GEPPAV, como é consensual entre os leitores.
Após intervenções do presidente da Câmara Municipal de Caminha, Rui Lages, e do presidente da Junta de Freguesia de Vilar de Mouros, Carlos Alves, o livro foi apresentado pelo diretor do Aquamuseu do Rio Minho, Carlos Antunes — que salientou a ambição dos autores que o barco do Rio Coura seja integrado de pleno direito no rol das embarcações tradicionais portuguesas.
Em representação do GEPPAV, Paulo Torres Bento historiou o processo de investigação que culminou com a edição deste sétimo Caderno do Património Vilarmourense, que passou pela pesquisa nos arquivos da Capitania do Porto de Caminha, do Arquivo Histórico da Marinha (Lisboa), do Aquamuseu do Rio Minho e do Museu Marítimo de Ílhavo (onde está depositado o Fundo Especial Octávio Lixa Filgueiras).
Esta investigação, que decorreu ao longo dos últimos dois anos, permitiu obter a comprovação científica para reivindicar a especificidade de uma embarcação própria do Coura, o “Barco de Vilar de Mouros”, os pequenos barcos de fundo chato, de proa e popa afiadas, que na freguesia eram conhecidos por bateiras.
No final da sessão, que contou com uma numerosa assistência — em que se destacavam familiares do arquiteto Lixa Filgueiras, o capitão do porto de Caminha, comandante Vieira Pereira, e dois dos depoentes do estudo, o modelista ancorense Norberto Carrelo e o vilarmourense António Fiúza —, o GEPPAV ofertou modelos à escala da embarcação, feitos por Norberto Carrelo, à Junta de Freguesia de Vilar de Mouros e ao Aquamuseu do Rio Minho.
O objetivo assumido é que ambas as instituições os possam expor e assim contribuir para melhor divulgar este exemplar do património fluvial e marítimo do concelho de Caminha e da região alto-minhota, que vem somar-se ao consagrados carocho e masseira (gamela).
Foi publicado neste mês de setembro o livro "A Cidade Perdida. A maqueta de Lisboa anterior ao terramoto de 1755 - Vol. I", coordenado por Paulo Almeida Fernandes e Rita Fragoso de Almeida, em edição bilingue (PT/ING) do Museu de Lisboa, um pormenorizado e ilustrado estudo sobre a conhecida maqueta da capital, hoje exposta no Palácio Pimenta.
Idealizada pelo historiador Gustavo de Matos Sequeira, esta notável obra modelada em gesso (dez metros de comprimento por quatro metros de largura) foi executada em 1954 e posteriormente ampliada pelo ateliê do maquetista vilarmourense Ticiano Violante, continuando a ser uma das grandes referências para o conhecimento da história da cidade.
O GEPPAV, contactado pelo Museu de Lisboa há alguns meses, deu a sua colaboração a esta cuidada publicação, disponibilizando do seu Arquivo fotografias e informações sobre os estucadores e maquetistas de Vilar de Mouros, que em 2009 foram objeto do segundo Caderno do Património Vilarmourense, justamente intitulado "Dos caiadores aos estucadores e maquetistas vilarmourenses".
O GEPPAV agradece ao Museu de Lisboa a oferta desta magnífica publicação que vem contribuir para o conhecimento e prestígio dos artistas vilarmourenses das maquetas que, desde 1939 (Exposição do Mundo Português) e até aos anos 80 do século XX, construiram os modelos em gesso de alguns dos mais emblemáticos edifícios arquitetónicos nacionais, a que acresce o trabalho realizado na diáspora europeia (sobretudo na Bélgica, com os irmãos António e Valdemar Constantino) e na África portuguesa de então.
Realizou-se recentemente o I Encontro sobre o Património Industrial no Alto Minho, organizado pelo Centro de Estudos Regionais e a Associação Portuguesa para o Património Industrial/TICCIH Portugal.
Teve como objetivo valorizar o Património Industrial da região, conferindo-lhe o lugar que deve ter no campo da investigação, da defesa e divulgação patrimonial.
Decorreu na Escola Superior de Educação de Viana do Castelo nos dias 14 e 15 abril de 2023 e, em representação do GEPPAV, Paulo Torres Bento ali apresentou uma comunicação subordinada ao título "Vilar de Mouros, aldeia industrial. Vinte anos de pesquisas do Grupo de Estudo e Preservação do Património Vilarmourense", que será oportunamente publicada nas Atas deste colóquio.